Toda futura mãe sabe a importância da vacinação para a saúde de uma criança. A vacina sensibiliza o organismo, estimulando o sistema imunológico a produzir anticorpos contra determinados vírus e bactérias, prevenindo, assim, o aparecimento de determinadas doenças.

O que muitas delas não sabem é que, mesmo antes da gravidez, a vacinação pode ajudar a proteger a saúde dos filhos. A vacinação para mulheres em idade fértil é uma forma de proteger mãe e filho de doenças. Essa prática simples ajuda a prevenir malformações ou até mesmo um aborto espontâneo.

Infelizmente, diferente da vacinação das crianças, a vacinação de mulheres em idade fértil não é amplamente difundida pelos médicos. Uma pesquisa da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, divulgada em 2008 no jornal “Fertility and Sterility”, revelou que somente 60% dos médicos solicitam o histórico de vacinação de suas pacientes. O relatório informou, ainda, que apenas 10% orientam as mulheres a tomarem as vacinas recomendadas.

Mesmo aquelas que foram vacinadas na infância devem ser avaliadas, pois 5% das pacientes não desenvolveram níveis de anticorpos suficientes para imunização. Esses casos podem ser descobertos a partir de um exame de sangue. Além disso, algumas vacinas precisam ser reforçadas ao longo dos anos. No caso do Tétano, por exemplo, esse período é de dez anos. A vacinação da mãe evita que o recém-nascido contraia o Tétano Neonatal, também conhecido como o mal dos sete dias.

As principais vacinas para as mulheres em idade reprodutiva são a tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola); contra a hepatite B e contra a varicela (catapora). A rubéola pode causar malformações no feto, como surdez, catarata, glaucoma, problemas cardíacos e neurológicos. Já a catapora, se for contraída nos três primeiros meses da gestação, pode induzir anormalidades cromossômicas, além de aumenta a incidência de aborto espontâneo e prematuridade. Se a catapora for contraída nas últimas semanas de gestação ou nos primeiros dias após o parto, leva a varicela neonatal.

A hepatite B pode ser transmitida da mãe para o filho durante a gestação e durante o parto. Pode levar, inclusive, a morte do feto. Caso a criança sobreviva, tem 90% de chance de desenvolver seqüelas como cirrose e câncer hepático, além da grande probabilidade de se tornarem portadores crônicos da hepatite.

Minhas amigas, é preciso se preparar de muitas formas para a chegada de um filho. A sua própria vacinação vai protegê-lo mesmo antes do nascimento. Lembrem-se disso. Poderíamos , então resumir aqui para você que esta tentando engravidar, as vacinas que deveriam ser feitas, para que a proteção seja melhor possível para sua criança. Vamos ao resumo: MMR: Esta vacina é para sarampo, rubéola e caxumba. O agente infeccioso é um vírus vivo, mas que esta atenuado, devemos evitar seu uso na gravidez e após tomas esta vacina deve evitar a gravidez por pelo menos um mês.

VARICELA: Esta vacina é para catapora, o vírus esta vivo mas atenuado. Não deve ser usada na gravidez. São feitas duas doses para imunizar. Deve ser administrada até 96hs após a exposição a uma pessoa doente e a partir daí ficar pelo menos um mês sem engravidar.

INFLUENZA: Esta vacina é para o vírus da gripe e como o vírus esta morto pode ser usada na gravidez em qualquer época sem nenhum problema. O pico mundial de casos da influenaza é entre os meses de janeiro e março.

TÉTANO: Temos dois tipos de vacina para o tétano – a Tdap, que é a tétano-difteria pertussis e a Td, que á a tétano-difteria. Ambas devem ser usadas pelos adultos a cada 10 anos. Embora a gravidez não seja contra indicação para nenhuma das duas, o uso da Tdap na gravidez ainda esta sob revisão. Desta forma, deveríamos evitar o uso da Tdap na gestação.

PNEUMOCOCUS: A vacina para pnemococus deve ser administrada a pessoas que retiraram o baço, as portadoras de doenças e cardíacas e pulmonares, as com diabetes ou com doenças que deprimem o sistema imunológico como a AIDS. Pode ser administrada durante a gestação e portanto não precisam de intervalo recomendado para evitar a gravidez após o seu uso. Idealmente, as mulheres deveriam ser imunizadas antes da gravidez.

HEPATITE A: Esta vacina esta recomendada para todas as pacientes que receberam concentrados de fatores da coagulação, aquelas com doenças hepáticas, as que trabalham com animais de laboratório, as que usam drogas intravenosas e as que irão viajar para países com alta prevalência de hepatite A. O vírus da vacina é completamente inativado e portanto pode ser usado na gravidez.

HEPATITE B: Esta indicada para as mulheres que trabalham na área da saúde e que se expõem a produtos sanguíneos, as que são usuárias de drogas endovenosas, as mulheres com múltiplos parceiros e portadoras de DST e aquelas que são casadas com um parceiro contaminado. Podem ser administradas na gravidez e não possuem nenhum risco para o feto.

MENIGOCOCUS: Esta vacina deveria ser recomendada as mulheres com um risco elevado para a infecção meningocócica e que não tenham sido previamente imunizadas. Preferivelmente, deveriam ser administradas antes da gestação.

Para finalizarmos este assunto, fiquem com estas recomendações: A vacinação em mulheres em idade reprodutiva antes ou durante a gravidez confere resistência a infecção intrauterina e providencia ao recém nascido imunidade contra as infecções neonatais. O ideal é que seja completada antes dos tratamentos de infertilidade começarem. A vacina MMR deve ser administrada a todas as mulheres sem imunidade comprovada antes da gravidez. A vacina para tétano e influenza deve ser feita antes da gravidez, mas pode ser feito durante e as vacinas para varicela, hepatite A e B e meningococus são indicadas apenas em situações específicas e sempre administradas antes da gestação.

Tenham todos uma boa semana. Até próximo Domingo. Fiquem com Deus!

Este artigo foi escrito pelo Dr. Evangelista Torquato, Diretor de Tecnologia do Centro de Medicina Reprodutiva BIOS.