Coluna de autoria do Dr. Evangelista Torquato publicada no Jornal Diário do Nordeste no dia 09/09/2007.

Como prometido em colunas anteriores, hoje abordarei o manejo atual de homens que são portadores de fragmentação elevada do DNA do espermatozóide. Tal alteração pode ser responsável por casais que tem seguidas falhas de implantação embrionária, ou seja, casais que se submetem a duas fertilizações “in vitro”, produzem bons embriões, mas não ocorre implantação.

Estes casais são os maiores beneficiados desta tecnologia. Uma outra conseqüência desta alteração no DNA do espermatozóide são as pacientes com abortamentos de repetição. E por último, homens portadores de Teratozoospermia, ou seja, espermatozóides com a morfologia severamente alterada.
O que a tecnologia pode ajudar nestes casos sublinhados acima? Vamos falar um pouco sobre duas tecnologias que podem ser usadas nestes casos.

O PICSI

Vemos nesta figura um bom espermatozóide se ligando à zona pelúcida do óvulo.
Esta tecnologia é baseada no fato de que um bom espermatozóide ter na sua membrana externa uma molécula que se liga ao ácido hialurônico. Esta substância – o ácido hialurônico – está presente na zona pelúcida, que é uma capa que recobre o óvulo.

Vemos nesta figura um bom espermatozóide se ligando à zona pelúcida do óvulo.

Foto real de um óvulo. Vejam uma capa que rodeia o óvulo – é a zona

Desta forma o espermatozóide para ter competência de entrar no óvulo tem que possuir este receptor que fará com que a cabeça dele se ligue a zona pelúcida do óvulo. Veja a figura abaixo mostrando o óvulo com a zona pelúcida.

Foto real de um óvulo. Vejam uma capa que rodeia o óvulo – é a zona
Este teste, o PICSI, tem como princípio colocar os espermatozóides em uma pequena placa de cultivo celular onde estão dispostas três gotas de ácido hialurônico. Os espermatozóides espalham-se nesta placa e aqueles que têm o receptor em suas cabeças grudarão nas gotas. Estes são bons espermatozóides.

Veja a figura.

Vemos nesta figura um bom espermatozóide se ligando à zona pelúcida do óvulo.
Ao lado, vemos a figura de uma placa de cultura, onde na parte inferior temos uma gota de ácido hialurônico e em um aumento maior na parte superior os espermatozóides de melhor qualidade e os de qualidade inferior.

E por último a alternativa
ICSI de ALTA MAGNIFICAÇÃO
Desde 2002, com o pioneiro trabalho de Benjamim Bartov, estamos olhando para esta tecnologia. E o que tem de interessante nessa nova tecnologia? Habitualmente, escolhemos o espermatozóide que será colocado dentro do óvulo através de um microscópio que nos dá um aumento de 400x , claro, já é um bom aumento.

Nesta nova tecnologia, com um arrojado sistema de lentes e equipamentos para magnificação, poderemos escolher o espermatozóide com um aumento de até 8600x. Aqui, na BIOS já fazíamos a escolha em um aumento de 4000x, mas já estamos fazendo um “up grade” no nosso sistema de microscopia que nos permitirá duplicar todo o equipamento e neste novo o aumento será de 8600x.

Mas já estamos fazendo um “up grade” no nosso sistema de microscopia que nos permitirá duplicar todo o equipamento e neste novo o aumento será de 8600x. Vejam as fotos ao lado, elas impressionam por si só.

Foi apenas o começo, o assunto é vasto, e continuará na próxima semana. Caso tenham alguma dúvida usem o e-mail que na próxima coluna eu responderei. Tenham uma semana pra lá de maravilhosa. Até a próxima.

E a próxima coluna…
A próxima ou talvez as próximas irei me voltar mais para o lado feminino. Vamos falar um pouco sobre a doença ovariana policística, mas os homens também devem ler. Até a próxima, portanto. Tenham todos uma excelente semana.

evangelistatorquato@gmail.com
Este artigo foi escrito pelo Dr. Evangelista Torquato, Diretor de Tecnologia do Centro de Medicina Reprodutiva BIOS.