Azoospermia é a ausênsia total de espermatozóide, representa infertilidade para aproximadamente 15% a 20% dos homens.

As azoospermias podem ser divididas em excretoras (obstrutivas) ou secretoras (não-obstrutivas).

Azoospermia Excretora

A azoospermia excretora se caracteriza por processos obstrutivos das vias de drenagem do fluido testicular.Esses processos podem ser congênitos ou adquiridos. Os congênitos são devidos as anomalias do desenvolvimento embrionário,como as agenesias do canal deferente e vesículas seminais, e as aplasias, em que ocorre o desenvolvimento incompleto do órgão.Os processos adquiridos acontecem principalmente por traumas, infecções e cirurgias (vasectomia, hidrocelectomia e herniorrafia inguinal).

1% a 2% de todos os homens têm azoospermia

Azoospermia Secretora

A azoospermia secretora se caracteriza por processos que causam falência na produção espermática pelos testículos. Essa falência testicular pode ser primária, quando causada por processos intrínsecos, ou secundária, quando decorre de alterações externas aos testículos (endócrinas).

Porém. quando estas patologias não são passíveis de tratamento cirúrgico ou clínico é indicado a uma ICSI (Injeção intra-citoplasmática do espermatozóide) com obtenção de espermatozóide por meio de algumas técnicas cirúrgicas:

Técnica cirúrgica: PESA

Aspiração percutânea de espermatozóides do epidídimo

· Bloqueio anestésico do cordão espermático.
· Apreender a cabeça do epidídimo com os dedos polegar e indicador.
· Puncionar o epidídimo com seringa de 1ml e agulha 27G contendo meio de cultura tamponado.
· Examinar o material obtido em microscópio.
· Os espermatozóides obtidos da cabeça do epidídimo são mais numerosos e de melhor qualidade.

VANTAGENS:
1. Anestesia local.
2. Menor custol.
3. Menor trauma.


DESVANTAGENS:
1. Menor número de espermatozóides, reduzindo a possibilidade de criopreservação.
2. Possível lesão do epidídimo impossibilitando recanalização futura.

Técnica cirúrgica: MESA

Aspiração microcirúrgica de espermatozóides do epidídimo

· Paciente sob anestesia regional ( peridural ou raquidiana).
· Incisão escrotal com exposição do epidídimo.
· Identificação do túbulo dilatado.
· Microincisão no túbulo e aspiração do flúido com micropipeta.
· Examinar o material no microscópio.
· Fechamento do túbulo com técnica microcirúrgica com fio de nylon 10-0.
VANTAGENS:
1. Obtenção de maior número de espermatozóides;
2. Não contaminação por hemácias.

DESVANTAGENS:
1. Anestesia regional;
2. Custos( uso de centro cirúrgico,microscópio e fio 10-0);
3. Fibrose local que dificulta novos procedimentos.

Técnica cirúrgica: TESA

Aspiração percutãnea de espermatozóides do testículo.

· Bloqueio anestésico do cordão espermático.
· Fixação do testículo entre os dedos polegar e indicador.
· Anestesia da pele no local da punção.
· Aspirar o testículo com agulha 40 x 12 e seringa de 20 ml contendo meio de cultura tamponado.
· Movimento de vaivém em várias direções.
· Processamento do material do mesmo modo descrito para a TESE.

VANTAGENS:
1. menor custo (fora do centro cirúrgico );
2. menor trauma e morbidade.

DESVANTAGENS:
1. nem sempre se obtém material.

Técnica cirúrgica: TESE

obtenção de espermatozóides por biópsia testicular

· Bloqueio anestésico do cordão espermático.
· Biópsia de testículo aberta clássica ou percutânea com agulha tipo “tru-cut”.
· O fragmento é colocado em meio de culturatamponado.
· Os túbulos seminíferos são separados e incisados com bisturi ou tesoura para liberação dos espermatozóides. O procedimento é realizado com auxílio de microscópio ou lupa.
VANTAGENS:
1. Obtenção segura de fragmento testicular;
DESVANTAGENS:
1. Custos ( uso de centro cirúrgico em caso de biópsia aberta).
2. Maior trauma cirúrgico em caso de biópsia aberta.